“O velho sentou-se com a cabeça encurvada e as costas doloridas enquanto as censuras, fúteis de sua colérica mulher, lhe feriam os ouvidos. Semelhante a uma infindável cascata, ela espadanava toda uma série de recriminações: imbecil barbudo, por que desperdiças o teu tempo vagabundeando pelas estradas? O teu pai, o teu avô e o teu bisavô foram todos guardiães do Templo; se estivesses a postos quando foste chamado, sem dúvida terias sido nomeado guardião como os outros. Agora, porém, um homem mais expedito foi o escolhido. Tu, o mais idiota dos homens, preferiste vagabundear pelas estradas, afim de que, renegado, pudesses carregar a cruz de um jovem carpinteiro sedicioso. – Isto é verdade – disse o velho -, encontrei um jovem que ia ser crucificado e o centurião mandou-me carregar a cruz. Carreguei-a até o cimo da colina e demorei-me porque as palavras que ele pronunciou, embora grandemente maltratado, não eram de pesar por ele mesmo e, sim, pelos outros; as suas palavras retardara...